Nesta edição, a Câmara Rio-Grandense do Livro realizará ações inéditas no evento, planejadas a partir da experiência de startup de impacto social
Reconhecida pela tradição de acolher a todos os públicos, a Feira do Livro de Porto Alegre quer fomentar a cultura da inclusão e avançar ainda mais nas ações de acessibilidade desta edição. Em busca da qualificação da estrutura do evento, a Câmara Rio-Grandense do Livro contou com a atuação da Semearhis, uma startup de impacto social especializada na inclusão assertiva de pessoas com deficiência (PcD). A empresa é responsável pelo planejamento e execução de atividades que atendam ao objetivo de realizar uma feira para todos.
Nesta terça-feira (11), 71 livreiros foram convidados a participar de uma capacitação para o atendimento em libras (Língua Brasileira de Sinais). “A Feira do Livro de Porto Alegre sempre foi um evento acessível. E nossa missão é garantir o pleno acesso ao livro, acolhendo todas as pessoas que quiserem participar. Por isso, buscamos uma empresa especializada para nos ajudar nesse trabalho”, destaca o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Maximiliano Ledur.
De acordo com Janaina Witt, executiva de mercado da Semearhis, a 68ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre terá ações inéditas, como a qualificação do atendimento às pessoas com deficiência a partir do treinamento de todos os profissionais que vão atuar na festa literária. Também haverá dois mapas táteis – feitos com peças 3D – com a localização das bancas e todos os espaços do evento, para garantir mais autonomia a pessoas cegas. “Cada banca terá um manual em braille. E, no centro da Feira, teremos um totem com informações úteis transcritas para braille também”, destaca Janaína.
Durante toda a programação, haverá 137 horas de tradução em libras com intérprete presencial. Outra novidade é a disponibilização de um QR code com o telefone de intérpretes que poderão dar suporte e fazer chamadas online apoiando os participantes. O planejamento inclui ainda audiodescrição do local (teatros e ambientes da Feira) e capacitação para as pessoas fazerem a sua autodescrição. Na abertura, o Ballet das Mãos vai traduzir o hino nacional. A Semearhis também trabalha na avaliação do site do evento e deve produzir uma narração com o histórico da Feira do Livro.
A estrutura contará também com bancos móveis para pessoas com nanismo, que facilitam o acesso às bancas e garantem a autonomia. Como é comum em libras, a Feira do Livro ganhará um sinal próprio, criado para que todas as pessoas surdas possam se comunicar e se referir à festa literária. O patrono Carlos Nejar, o presidente da Câmara e os livreiros também terão sinais próprios. “No Brasil, 25% da população se identifica como pessoa com deficiência. E esse público é consumidor. Precisamos atingir essa população e, em geral, percebemos grandes falhas nos eventos. São pessoas que querem estar na sociedade, participar, estar nas empresas, nos eventos”, finaliza Janaína.
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