A cirurgia bariátrica e as doenças metabólicas serão temas de discussões no XII Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica que começa nesta quarta-feira (27), na Bahia. A expectativa é de que nos três dias de evento cerca de 2.500 congressistas – entre entre cirurgiões, endocrinologistas, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos e outros profissionais que atuam com a cirurgia bariátrica e metabólica participem do evento.
O primeiro painel do Congresso Brasileiro foi uma mesa redonda de análise sobre as duas técnicas cirúrgicas mais utilizadas no mundo, o Bypass gástrico e a gastrectomia vertical.
Participaram do debate sete ex-presidentes da SBCBM: João Batista Marchesini, Luiz Vicente Berti, Thomas Szego, Ricardo Cohen, Almino Ramos, Caetano Marchesini, Marcos Leão Vilas Bôas e Fábio Viegas.
Os resultados estudos científicos que comparam os diferentes resultados entre as duas técnicas foram abordados pelo cirurgião Ricardo Cohen.
Segundo ele, ambas as técnicas são as que apresentam os menores níveis de complicações e mortalidade. No entanto, a escolha de cada uma fica a critério do cirurgião, de acordo com cada paciente. “Temos mais de 40 estudos que apontam o bypass como a técnica com menores índices de mortalidade. No entanto, em alguns países, cerca de 70% dos cirurgiões realizam a gastrectomia vertical”, conta.
O efeito metabólico e a necessidade de suplementação, em ambas as técnicas cirúrgicas, foi tema da aula de Almino Ramos. O ex-presidente da IFSO (International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic) reforçou a importância de não optar por uma técnica pensando apenas na perda de peso, mas na qualidade de vida do paciente.
Outro importante assunto abordado no painel foi a necessidade de novas técnicas de cirurgia bariátrica regulamentadas pelos órgãos oficiais do Brasil. O ex-presidente da SBCBM, Caetano Marchesini, acredita que é preciso encontrar novos resultados e buscar evidências científicas. “Como sociedade científica, não podemos nos basear em experiências pessoais. Precisamos trabalhar em favor da ciência e criar conceitos conforme resultados”, disse Marchesini.
A ética médica nas redes sociais é uma preocupação dos cirurgiões bariátricos no Brasil. Isso porque o país possui regras rigorosas e não permite, por exemplo, publicações de imagens que mostram antes e depois da cirurgia em qualquer tipo de mídia. “É preciso seguirmos as regulamentações, para garantirmos a credibilidade e a ética na cirurgia bariátrica e metabólica. Este é um importante conceito que deve ser levado para esta e as futuras gerações de profissionais”, recomendou Thomas Szego, que é o precursor da cirurgia videolaparoscópica no Brasil.
A ampliação da indicação para a cirurgia bariátrica e temas como a cirurgia em extremos de idade (idosos e adolescente), cirurgia no SUS, cirurgia robótica, saúde física, saúde mental, saúde alimentar, entre outros temas serão debatidos nos dias 27, 28 e 29 de outubro, em Salvador.
Ao todo serão mais de 220 aulas, 273 palestrantes, sendo 13 internacionais, 5 cursos e 3 simpósios satélites.
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