Evento discute temas como os 15 anos da lei antifumo, a regulamentação do cigarro eletrônico, a política nacional de prevenção ao câncer, a incorporação de novas tecnologias para diagnóstico e tratamento, e o papel das associações de pacientes.
Nestas quarta (14) e quinta-feira (15), Brasília (DF) recebe a primeira edição do Congresso Brasileiro de Câncer de Pulmão. Com o tema Pesquisa e Políticas Públicas, o evento reúne no Centro Internacional de Convenções do Brasil (St. de Clubes Esportivos Sul Trecho 2 Conj. 63, Lote 60 - Asa Sul) médicos, pesquisadores, representantes de instituições de saúde e de associações de pacientes, gestores públicos, formadores de opinião e demais interessados.
O evento é uma iniciativa da Aliança contra o Câncer de Pulmão, entidade criada em 2023 a partir da parceria entre o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT).
Uma das principais áreas de atuação da Aliança é a pauta de ações políticas, o que justifica a escolha da capital federal para sede do Congresso médico. Tais ações incluem a advocacia por políticas de Saúde Pública que visem reduzir os fatores de risco para o câncer de pulmão, como o tabagismo e o cigarro eletrônico, trazer a pauta do rastreamento e formas de capacitação da rede pública, e discutir o acesso a novas medicações. Além disso, a Aliança se dedica a impulsionar a pesquisa sobre o câncer de pulmão e conscientizar a população sobre a doença.
Programação - Nesta terça-feira, a Frente Parlamentar Mista da Medicina (FPMed) realizou no Plenário do Senado Federal a sessão de debates temáticos sobre o câncer de pulmão, com a participação de representantes das sociedades médicas que compõem a Aliança que discutiram aspectos relativos às políticas públicas sobre a doença. A solenidade abriu a programação do Congresso médico.
Nos dois dias de evento estão previstas ainda mesas com temas relevantes como os 15 anos da lei antifumo e o estado atual da política nacional do controle do tabaco, o cigarro eletrônico e sua regulamentação, a política nacional de prevenção ao câncer, a lei de 60 dias para o início do tratamento do câncer e experiências brasileiras no rastreamento do câncer de pulmão. Também, a incorporação de novas tecnologias para o diagnóstico e tratamento do paciente com câncer de pulmão e o papel das associações de pacientes no cuidado à doença. Todas as mesas concluem com propostas de ação.
Na plenária do Senado, o Dr. Clóvis Klock, presidente da SBP, sociedade médica que representa os especialistas em diagnóstico do câncer e de outras doenças, enfatizou a importância da Aliança e a necessidade de a Patologia ser uma das áreas prioritárias na residência médica para enfrentamento do câncer de pulmão. “Hoje há uma baixa procura na residência médica na anatomia patológica o que dificulta o diagnóstico” afirmou.
Dados da Demografia Médica no Brasil em 2023 mostram que são poucos os médicos que formados escolhem seguir carreira na Patologia. No País, são 3.824 patologistas, o que representa apenas 0,8% de todos os médicos especialistas brasileiros. Em termos comparativos, existem 56.979 clínicos médicos, 48.654 pediatras e 41.547 cirurgiões gerais, sendo as três especialidades com mais profissionais.
Para o Dr. Gerônimo Jr., secretário adjunto da SBP, o papel do patologista é fundamental em todas as etapas do manejo do câncer de pulmão. Desde o diagnóstico inicial, onde a análise das amostras de tecido define o tipo de câncer e orienta as opções de tratamento até a realização de testes moleculares que identificam alvos terapêuticos específicos.
Câncer de pulmão - Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de pulmão é o mais comum no mundo, com 2,5 milhões de diagnósticos por ano, representando 12,4% de todos os novos casos. Apenas no Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) revelam que a doença é o terceiro tipo mais comum de câncer entre os homens e o quarto entre as mulheres, excetuando o câncer de pele não melanoma. São estimados por ano 18.740 novos casos entre os homens e 12.530 entre as mulheres.
De acordo com o Dr. Gerônimo Jr., o câncer de pulmão é uma das principais causas de mortalidade por câncer no mundo, com um impacto significativo na Saúde Pública: “O diagnóstico precoce deste câncer, confirmado pela biopsia, é crucial para melhorar as chances de tratamento e sobrevivência. As opções de tratamento variam de acordo com o tipo e estágio da doença, incluindo cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapias alvo”.
“Além disso, durante o acompanhamento do paciente, este especialista continua a ser crucial, especialmente em casos de recidiva, ajudando a ajustar as estratégias terapêuticas de forma personalizada”, conclui.
Veja a programação completa do 1º Congresso Brasileiro de Câncer de Pulmão, acessando o site: www.cancerdepulmaobrasil.com.br/programacao/ |
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