Veja a íntegra da carta:
"Nesse momento, cancelar eventos controlados é precipitado, preconceituoso e incoerente
A retomada dos eventos de cultura e entretenimento é um processo que está em andamento em todo o país respeitando os índices epidemiológicos de cada região.
Nos últimos meses, várias atividades controladas foram realizadas de forma segura, seguindo protocolos sanitários, sem que houvesse influência no número de casos de Covid-19.
Dessa forma, a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) considera precipitado, preconceituoso e prematuro o cancelamento de eventos controlados que obedecem os cuidados necessários e exigidos.
Muitos países continuam com o setor de eventos atuando, mesmo com os índices de casos muito maiores. Além disso, têm optado por manter as atividades econômicas em funcionamento, resguardadas por iniciativas como a ampliação das campanhas de imunização e a exigência de comprovante de vacinação para o acesso em ambientes controlados.
O aumento pontual nos casos, que não vem implicando em agravamento e óbitos, não pode influenciar decisões prematuras no momento. A referência com os países que já vivenciaram a onda dessa cepa é clara nessa direção.
É importante que sejam acompanhados os desdobramentos nas próximas semanas antes de se formalizar cancelamentos precipitadamente.
O nosso processo de retomada foi racional e cauteloso, sempre olhando os indicadores epidemiológicos e, de repente, fecham os eventos abruptamente, novamente, sem respeitar a especificidade de cada atividade. A escolha desse setor como vilão é subjetiva, simplista e injusta!!
Reiteramos que isso é precipitado, preconceituoso e incoerente!
Há evento público completamente aberto, evento controlado em espaço público, evento controlado em espaço controlado. Decidir indiscriminadamente pelo cancelamento agora é simplista e prematuro!
No último trimestre, o retorno dos eventos mostrou que é possível realizar atividades de cultura e entretenimento sem impactar nos índices epidemiológicos. No entanto, mais uma vez o nosso setor é usado como bode expiatório.
O debate não deve ser restrito aos eventos. Isso é preconceito. O princípio da precaução utilizado para justificar o cancelamento de eventos é incoerente. Se é para aplicar o princípio, tem que ser para todos, de forma horizontal, abrangendo as praias lotadas, transporte público lotado, comércio lotado, manifestações políticas etc.
Exemplos como o do Carnatal, tradicional circuito de blocos que reuniu milhares de foliões em dezembro na capital do Rio Grande do Norte, comprovam isso. O evento foi realizado na área externa da Arena das Dunas e reuniu cerca de 25 mil foliões. Os organizadores restringiram o acesso dos foliões ao evento somente apresentando o cartão vacinal completo com as duas doses ou dose única da Janssen. Foi um sucesso e não impactou nos índices epidemiológicos.
Já houve diversos outros eventos controlados de grande porte realizados no país como a F1 e o Rodeio de Jaguariúna, que reuniram grande público sem causar impacto nos indicadores. Temos um exemplo no futebol, também. Em 40 dias, foram colocadas 600 mil pessoas no Mineirão e isso não impactou em nada em relação à Covid-19 na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A Abrape defende, portanto, que, diante do cenário conhecido por outros países que enfrentam essa cepa e os bons exemplos vistos no país, se mantenha a realização de eventos em locais onde seja possível controlar os protocolos sanitários! Isso é o justo e já mostrou ser viável!
Queremos a continuidade da retomada com suporte da ciência, racionalidade, coerência e justiça!
Sim à retomada!
Sim à ciência!
Sim à racionalidade!
Sim à coerência!
Sim à justiça!
Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – Abrape"
www.abrape.com.br |
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