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21/11/2024 Entrevista com Larissa Yoshida, CEO da Expo Cannabis Brasil |
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Por: Gustavo Albuquerque
Confira a entrevista com a CEO da Expo Cannabis Brasil, Larissa Yoshida:
Feiras do Brasil: Larissa, conta pra gente o que é a Expo Cannabis Brasil?
Larissa Yoshida - "Bom, a Expo Cannabis é um evento que tem o objetivo de informar e educar o público sobre as diferentes formas de uso da cannabis. Então a gente quer atingir um público que quer saber mais sobre o setor medicinal, industrial e também de uso adulto."
Feiras do Brasil: Questão de números, essa é a primeira edição, se você me corrija se não for a primeira. Se você já teve uma edição anterior, qual foi o crescimento em relação à anterior e o que você vislumbra de crescimento para o próximo ano, dado que teve até uma decisão do STJ, de liberação de cannabis medicinal e esse impacto, como é que você vê isso?
Larissa Yoshida - "Bom, ano passado nós tínhamos espaço de área interna disposição de 6 mil metros quadrados. Esse ano a gente locou também o pavilhão 7. Então a gente vai para 18 mil metros quadrados de área de disposição. Então em termos de espaço a feira triplicou de tamanho. E conseguimos também trazer com isso muito mais projetos para dentro do evento, muito mais expositores. Então em 2023, que foi a primeira edição, tivemos de 137 expositores para 300 agora em 2024. Neste edição, tudo triplicou. É, espaços de educação. Nós tínhamos dois, que era o Fórum Internacional e a Arena do Conhecimento, que são espaços que trabalham temas diversos relacionados a cannabis, desde políticas de drogas, regulamentação, tecnologia, sustentabilidade. A ideia ali é discutir diversos temas, mas que de alguma maneira a gente está falando algo relacionado a cannabis. E esse ano aqui, o que nós fizemos? Abrimos um setor médico, um setor medicinal, onde a gente tem toda uma parte aqui das empresas que atuam no setor medicinal e um palco de palestras voltados para os profissionais da área da saúde. Então aqui são palestras para médicos, dentistas, veterinários, farmacêuticos, pessoas que estão atuando na área da saúde. Justamente para trazer mais conhecimento e mais profissionalização."
Feiras do Brasil: Neste sentindo, vocês fazem só aqui em São Paulo? Vocês pretendem fazer roadshow? Vocês vislumbram alguma coisa nesse sentido?
Larissa Yoshida - "Então, a Expo Cannabis era uma franquia de uma feira do Uruguai que já acontece há 11 anos. Inicialmente, os quatro primeiros anos, pelo menos, é se fixar em São Paulo. Até porque a gente vem com o posicionamento de desenvolver os negócios do setor. São Paulo é o nosso centro, onde a gente consegue conectar todas as empresas, o grande pólo. Então, pelo menos, nas próximas duas edições, a gente vai manter a feira em São Paulo mesmo."
Feiras do Brasil: Em questão de regionalidade, todas as regiões do Brasil estão expondo aqui?
Larissa Yoshida - "Com certeza. Temos todos os estados participando praticamente da feira e temos 12 países representando também suas empresas e posicionando suas marcas aqui no Brasil."
Feiras do Brasil: Em questão de volume de negócio, você já tem um vislumbre?
Larissa Yoshida - "A gente fez uma pesquisa no ano passado junto com a Kayamind, que é uma empresa de inteligência de mercado. Só que nós fizemos isso entrevistando somente o público que estava circulando no evento, o público mais amplo. Esse ano a gente vai soltar duas pesquisas, uma com esse público e uma com as empresas que participaram da feira pra gente justamente ter números de como que foi o evento pra eles. E aí a gente vai conseguir ter uma dimensão dos negócios também que foram gerados no setor. Além disso, a gente promove também um evento de negócios que chama Cannabis Business Hub, que foi agora, na quarta-feira, dia 13 de novembro, lá no Hilton, no Morumbi, um encontro entre empresas onde a gente faz um evento focado em networking entre as empresas do setor da Cannabis. Uma reunião verbo-sistema. Exatamente, mas com agendas de reunião montadas de acordo com os interesses de cada empresa."
Feiras do Brasil: Ah, já é uma rodada de negócio?
Larissa Yoshida - "Exatamente. Bem direcionada. 20 a 25 minutos de reunião, tem troca de mesa e aí a gente coloca empresas que a gente vê que teve sinergia nas respostas dos formulários. Em relação a Cannabis, a gente sabe que é uma coisa controversa aqui no Brasil ainda, mas a questão da Cannabis medicinal, se vai me corrigir se eu estiver enganado, eu não sou da área médica, mas é a mesma coisa você falou assim, da Heroína e da Morfina. É o mesmo componente."
Feiras do Brasil: Então, trabalhar sobre essa vertente de parar de estigmatizar o Cannabidiol como uma droga e sim como um medicamento. Como é que está isso no mercado?
Larissa Yoshida - "Olha, para o uso medicinal já está muito mais aberto no Brasil. As pessoas têm aceitado muito o tratamento à base de Cannabis, então eu vejo que para o medicinal já existe um trabalho de destimistificar todos esses tabus relacionados à planta que todas as pesquisas científicas estão mostrando que realmente é uma planta que traz muito benefício para a nossa saúde. Mas eu vejo que as pessoas ainda não têm muita ideia de que além de remédio ela pode ser outras coisas. É uma indústria que a gente não está falando só de medicamento, de remédio, mas a gente está falando também de uma planta que tem uma capacidade para mover outras indústrias, porque essa planta pode se transformar num tecido, pode se transformar num papel, num alimento, num combustível, num bioplástico. Então a gente tem mais de 25 mil itens que poderiam ser utilizados, que podem ser feitos com a Cannabis e com o cânion principalmente. E as pessoas ainda não têm ideia de todo esse potencial. E como o Brasil, por ser um país onde a gente tem terra, a gente tem clima, e a gente tem também já culturalmente um cultivo que já faz parte da nossa cultura, tem tudo para dar certo e para ser realmente o país que mais produz cânion no mundo. Então a gente está perdendo uma oportunidade se a gente não entrar e não regulamentar logo esse mercado que só vem trazer benefícios para a população."
Feiras do Brasil: A gente ainda está no primeiro dia, as primeiras discussões, mas já tem um insight que vai sair forte dessa edição?
Larissa Yoshida - "Olha, eu acho que muito a questão medicinal, porque no ano passado nós não tínhamos esse setor. Eu acredito que muitas, vai dar uma aquecida muito grande, principalmente agora também, com a decisão do STJ, que muito em breve a Anvisa já tem que se manifestar e regulamentar esse tema. Mas ele está muito direcionado para o medicinal. Então eu acho que o setor medicinal, com essa abertura, deve ter um aquecimento muito grande." |
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* Gustavo Albuquerque é editor-chefe do portal Feiras do Brasil.
Engenheiro e jornalista, atua a quase 20 anos na geração de
conteúdo e informações voltadas ao segmento de feiras
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