Com mais de 700 palestrantes, 70 empresas expositoras, 2500 expositores e 13 mil pessoas participando presencialmente, a 52ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2022), realizada de 28 de abril a 1 de maio, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, trouxe os principais avanços desta especialidade médica em diagnóstico por imagem e intervenção, tecnologias, soluções e evidências científicas
“Um novo encontro: reunidos, afinal” foi o tema da 52ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR 2022), o maior evento do setor na América Latina, que reuniu de 28 de abril a 1 de maio no Transamerica Expo Center, em São Paulo, mais de 700 palestrantes, dentre eles 60 estrangeiros e abordou os mais recentes avanços e perspectivas da Radiologia em dezenas de painéis, cursos e atividades concomitantes, como o I Encontro Latino-Americano de Inteligência Artificial, 4ª Jornada de Radiologia Intervencionista e Encontro de Ligas Acadêmicas.
Ao longo dos quatro dias, mais de 13 mil pessoas circularam na JPR 2022. Na área de Exposição, 70 empresas montaram os seus estandes, com cerca de 2500 expositores apresentando as principais novidades do mercado. Realizada pela Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR), a Jornada teve, pela quinta vez, a parceria da Sociedade de Radiologia da América do Norte (RSNA). Compondo a programação científica, reuniu professores do Brasil e mais dez países (Argentina, Chile, Canadá, Portugal, Uruguai, México, Colômbia, Peru, Suécia e Estados Unidos).
A JPR 2022 contou com apoio do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), Associação Paulista de Medicina (APM) e Associação Médica Brasileira (AMB) e a edição de 2023 já está definida: será realizada no mesmo local, nos dias 27 a 30 de abril do próximo ano. Em sua 53ª edição, a Jornada Paulista de Radiologia terá, concomitantemente, o 25º Congresso Latino-americano de Radiologia Pediátrica (SLARP) e o tema central será “Disseminando conhecimentos em Radiologia Pediátrica”.
Destaques da programação científica da JPR 2022
Houve abordagens sobre as áreas Abdominal, Digestório e Geniturinário; Cabeça e Pescoço; Mama; Musculoesquelético; Neurorradiologia e Tórax e cursos dedicados ao papel exercido na Radiologia por biomédicos, enfermeiros, médicos veterinários, físicos, engenheiros clínicos, técnicos e tecnólogos. Também houve a realização de módulo prático de Radiologia de Emergências, Curso Prático ACR BI-RADS (estratificação de câncer de mama) e Curso Avançado de Endometriose; aulas sobre Ultrassonografia Geral, Densitometria, Imagem Cardiovascular e Pediatria e as tradicionais Vilas da Inovação e do Ultrassom, além da estreia da Vila da Intervenção.
Dentre os temas da programação científica, destaque para o tratamento de ablação que evita cirurgias na tireoide (de lesões benignas e câncer de tireoide inicial) e que trata também câncer de rim (lesões até 4 cm), assim como terapias que preservam a fertilidade em casos de miomas e uma abordagem sobre avanços importantes em inteligência artificial.
- Tratamento que evita cirurgia na tireoide - A terapia ablativa no tratamento da tireoide é disruptiva em casos de nódulos benignos e malignos, sendo uma abordagem mais custo-efetiva, com alta em duas horas após o procedimento e o paciente não precisa fazer reposição de hormônios. Considerando todas as mulheres na faixa de 50 anos, uma a cada três delas têm algum tipo de nódulo tireoidiano. Outro dado aponta que, na condição de quinto tumor maligno mais comum no sexo feminino, o câncer de tireoide deverá ser diagnosticado por cerca de 12 mil brasileiras em 2022. Até 2018, nos dois cenários, o único tratamento possível era a cirurgia para retirada total ou parcial da tireoide.
- Câncer renal em estágio inicial: tratamento e cura com ablação - Paciente com câncer renal de até 4 cm pode ser tratado e curado com ablação. Esse tipo de terapia destrói tumores por meio de calor (radiofrequência e micro-ondas) e congelamento (crioablação) e os resultados se mostram não inferiores à cirurgia no tratamento de câncer inicial renal. Além disso, a ablação traz a vantagem de apresentar menor alteração da função renal no pós-operatório. Com dois terços dos casos sendo diagnosticados nos homens, o câncer de rim é o 9º tumor maligno mais comum no sexo masculino. No Brasil, são estimados mais de 6 mil novos casos em 2022.
- Tratar mioma preservando a fertilidade - O tratamento de miomas com técnicas radiológicas minimamente invasivas (embolização e ablação) pode preservar a fertilidade. Na embolização, o médico radiologista intervencionista faz um procedimento que interrompe o fluxo sanguíneo que irriga o mioma, o que leva a sua diminuição. A ablação, por sua vez, é realizada com ajuda de agulhas, também guiadas por métodos de imagem até chegar no ponto preciso, onde está o tumor, que pode ser destruído por radiofrequência. Essas técnicas de radiologia intervencionista estão disponíveis, mas nem sempre são avaliadas como alternativas de tratamento por desconhecimento, inclusive, no meio médico. Os miomas uterinos são considerados os tumores mais comuns do sistema reprodutor feminino. No Brasil, há poucos estudos sobre a epidemiologia desses tumores, mas pesquisas feitas nos Estados Unidos sugerem a presença de miomas entre 20-40% das mulheres em idade reprodutiva.
- Inteligência Artificial na radiologia cresce - A Inteligência Artificial na radiologia contribui para agilizar exames, abrir novas perspectivas para os diagnósticos, beneficiando médicos, pacientes e sistema de saúde. Com ajuda de algoritmos de IA, um exame de ressonância magnética pode ser feito até 40% mais rápido. Também é possível extrair informações extras de um exame de imagem, como em uma tomografia abdominal, realizada em função de dores, o risco maior de um paciente desenvolver osteoporose (perda progressiva de massa óssea, tornando os ossos enfraquecidos), um diagnóstico feito apenas por meio de densitometria óssea (exame de imagem que pacientes fazem com menos frequência que uma tomografia de abdômen).
O médico radiologista e presidente da SPR, Cesar Higa Nomura, ressaltou que a JPR 2022 é um evento que ficará na história por ter marcado a retomada dos encontros presenciais não apenas de radiologia, como de medicina no geral. “Além da robusta programação de aulas, com cursos práticos, módulos dedicados a diferentes especialidades aplicadas à radiologia e eventos paralelos, tivemos uma ampla exposição técnica, com as maiores empresas do mercado, que apresentaram aos congressistas as novas tecnologias e inovações da radiologia e diagnóstico por imagem”, ressalta Nomura, que é também diretor de Radiologia do Instituto do Coração (InCor) e Superintendente de Medicina Diagnóstica do Hospital Sírio-Libanês.
Sobre a SPR
Com mais de 8 mil associados, a Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (SPR) atua desde 1968 em prol dos radiologistas, do desenvolvimento científico e da dinamização da especialidade. Nesse contexto estão eventos, educação digital, cursos, publicações, entre outras atividades. Dentre as principais ações da SPR está a Jornada Paulista de Radiologia (JPR), evento anual, o maior desse gênero na América Latina. Além disso, a SPR também conta com parcerias internacionais e faz convênios com entidades médicas de outros países, que proporcionam benefícios a profissionais da radiologia, como intercâmbios científicos e descontos em cursos.
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